Hunted – 1×02: LB


A nova era da espionagem.
Spoilers Abaixo:
Depois que publiquei a primeira review de Hunted, todo animado devido ao meu encontro com seu criador, Frank Spotnitz, recebi algumas críticas de que meu texto estava apaixonado demais para uma série que lidava com a recorrência de uma trama parecida com a de Sidney Bristow. Eu acatei e entendi parte dessas críticas, porque de fato, Hunted Alias trabalharam com premissas vizinhas. Porém, nunca houve vizinhança tão paralela, já que embora percorram caminhos parecidos, as duas séries são muito distintas.
Nesse segundo episódio percebemos que Hunted não está aqui para comparações. Sidneydescobria que trabalhava para os malvados e não para os mocinhos, já Samantha quer descobrir quem tentou matá-la e para isso pouco importa o maniqueísmo do mundo. Ela vai engolir todos em seu caminho. Exatamente por isso, a personagem é absolutamente irresistível e em apenas dois episódios, já me importo incrivelmente com ela.
Começamos exatamente do ponto em que paramos, com o falso Doutor Goebel tentando dar cabo de sua missão. Circunstancialmente, ele não consegue. Essa noite, no entanto, guarda outras surpresas e aparentemente, a mesma pessoa que manda um assassino pra caçar Sam, também providenciou que a equipe de vigilância do lado de fora da mansão, fosse abordada. Com isso, Hasan é capturado e vira o centro motivador dessa semana.
Há algumas regras no mundo da espionagem, e uma delas é: não seja pego. O pior pesadelo de um agente reside aí. E é claro que a execução sumária de Hasan é ordenada. Como ele foi capturado na mansão e levado para o nível subterrâneo, a equipe na central de ação precisa que Samantha o encontre e providencie para que ele não fale. Nesse ponto, a série poderia descambar para um dilema moral, mas Sam sabe o que tem que fazer e vai determinada a isso. Mas… Sua morte foi ordenada de dentro da equipe e ela nem desconfia que a moeda de troca de Hasan será uma valiosa informação nesse sentido.
Agora, será mesmo que Hasan sabe de alguma coisa?
Uma das maiores diferenças ente Alias Hunted, é que essa última cuidou de tudo, inclusive de seus aspectos estilísticos e metafóricos. O tempo é um argumento forte e aparece como motivador de tensões constantemente. O tempo suportado para que Hasan pudesse tentar se salvar… O tempo até a absorção do veneno… O tempo até que o adiamento da morte dele começasse a ser suspeito… O tempo… Sempre o tempo. E isso é fantástico, porque cria uma sensação de urgência e tensão constantes, mesmo que a série não imprima um frenesi de acontecimentos. E isso é muito curioso, porque aquele filtro de imagem esverdeado poderia sugerir certa dormência, enquanto de fato, estamos lidando com uma série intensa de verdade.
E a intensidade se concretiza num roteiro esperto, que se ramifica de modos inesperados. A caça à Sam começa a ganhar amplitude, envolver outros assassinos e parecer mais importante que uma simples queima de arquivo. Quando ela confronta o homem que matou sua amiga, a expressão dela é de incredulidade perante a certeza de que sua morte é indispensável, aumentado seu desespero e a nossa curiosidade.  Resta saber até onde Keel está envolvido nessa conspiração, já que sua aparição no final rendeu muitas suspeitas.
Outro com quem já me importo muito é Stevie. A cada cena em que cai de amores porSam/Alex, eu fico desejoso de que ela também passe a se importar com ele. O personagem não tem a motivação mais incrível do mundo – filhos submissos aos pais poderosos são uma recorrência – mas o trabalho delicado de interpretação e abordagem tem funcionado muito.
Por fim, Sam descobre que Hasan foi recrutado. Ainda não sei o que disso tudo é verdade, já que ele tenta matá-la após ser solto, mas a informação aumenta o ódio da personagem e já estamos torcendo pra isso fazer com que ela comece a perder o controle. A câmera instalada por Goebel é o primeiro passo para as complicações na vida da adorável Alex.
Hunted, em perspectiva, tem a maior qualidade de todas: não trabalha com aspectos supereloquentes e apocalípticos, setores onde Alias errou frequentemente. É apenas a busca de uma agente pela verdade. A vingança de uma mulher ferida e humilhada. Tudo no âmbito de sua próxima missão, com aquelas pessoas e aquela geografia. O menos, sendo sempre, mais.
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